FLORA DA APA DE CAMPINAS

  A vegetação original do município de Campinas hoje está reduzida a 2,6% de seu território que, no passado, foi coberto por belas áreas de mata, cerrado e pequenas porções de vegetação rupícola. Na atualidade, nota-se que o município possui uma diversidade de vegetação importantíssima uma vez que possui remanescentes vegetais de dois grandes biomas brasileiros: a Mata Atlântica e o Cerrado.

 

  Na região da Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas, temos o predomínio de um tipo de fitofisionomia do bioma da Mata Atlântica, a Floresta Estacional Semidecídua. De acordo com a classificação atual, essa floresta é caracterizada por árvores altas e ambiente fechado, com sub-bosque e lianas presentes. Em áreas bem presentadas podemos encontrar um dossel com arvores entre 20-30 metros com indivíduos emergentes que podem chegar a 40 metros de altura. Sua semideciduidade é característica pois, no período mais seco do ano, grande parte das espécies perdem suas folhas.

 

  A Floresta Estacional Semidecídua (FES), ocorria em uma faixa de ambiente entre a zona úmida costeira e o ambiente semiárido, é importante destacar que também existem áreas de transição destas matas e o cerrado em nosso município, formando uma área de ecótono. São várias as espécies representativas desta floresta: peroba-rosa, cedro, alecrim-de-campinas, jatobá, dentre outras.

 

Vegetação (10)_Easy-Resize.com.jpg
Vegetação (20)_Easy-Resize.com.jpg
Vegetação (29)_Easy-Resize.com.jpg

Várias espécies vegetais da Floresta Estacional Semidecídua estão em alguma categoria de risco de extinção, tais como: Cariniana legalis (Mart.) Kuntze (EN) e Cedrela fissilis Vell. (VU). Adicionalmente, algumas espécies também são citadas com potencial medicinal de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo: Bauhinia spp, Casearia sylvestris, Cordia verbenaceae, etc., e outras espécies ainda podem ser usadas como alimentícias não-convencionais, as conhecidas PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais).

 

Preservar esse patrimônio de biodiversidade de flora é fundamental, não só para o município de Campinas, mas também as outras localidades que se beneficiam dos serviços ecossistêmicos propiciados por estes remanescentes vegetais da APA de Campinas.

jequitiba_rosa.jpg
jequitiba_rosa01.jpg

Jequitibá-rosa (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze, 1898) -  Árvore símbolo do estado de São Paulo, é considerada a maior árvore nativa do Brasil, podendo atingir até 50 metros de altura e um tronco com diâmetro de até 7 metros. Considerada vulnerável para risco de extinção de acordo com a IUCN.

Alecrim-de-Campinas01.jpg
Alecrim-de-Campinas.jpg

Alecrim-de-Campinas (Holocalyx balansae Micheli) - Espécie brasileira, de crescimento lento, que atinge um porte de 10 a 25 metros de altura.

Jatoba01.jpg
Jatoba.jpg

Jatobá (Hymenaea courbaril L., 1753) - É a espécie arbórea dominante na Floresta Estacional Semidecidual (FES) submontana. Pode alcançar 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro de tronco.

Mais informações sobre a Flora da APA de Campinas:

 

Dionete Aparecida Santin. A vegetação remanescente do município de Campinas (SP): mapeamento, caracterização fisionômica e
florística, visando a conservação.
Tese de Doutorado, UNICAMP, 1999, 502 p.

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/315525