FAUNA DA APA DE CAMPINAS
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LONTRA

 

Ordem: Carnívora

Família: Mustelidae

Nome Científico: Lontra longicaudis

 

 

Espécie Ameaçada de Extinção

 

As características morfológicas da lontra são corpo alongado e flexível, pelagem densa, pernas curtas, cabeça alongada e chata, orelhas pequenas e arredondadas, chega a atingir 1,30 m de comprimento, a cauda é forte e musculosa, mede mais de um terço de seu comprimento total, possuem membranas interdigitais nas patas. A pelagem da lontra é marrom escura e possui uma tonalidade mais clara na garganta.

É um animal bem adaptado ao meio aquático. A sua alimentação é constituída de peixes, crustáceos, aves, pequenos mamíferos, anfíbios, répteis.

Os hábitos da lontra são noturnos e crepusculares, podendo ser observada em atividades diurnas, é extremamente silenciosa e esquiva.

As fezes da Lontra são pretas e possuem um odor bem característico, doce-almiscarado, que se dissipa com o tempo. As fezes servem para marcar território e também demonstra a dominância hierárquica, justamente por isso estas informações têm que estar em locais de fácil visualização para os outros indivíduos da mesma espécie. São encontradas sobre as rochas e troncos nas margens de ambientes aquáticos; sobre pedras ou concreto de construções (comportas de represas, lagos ou canais) e embaixo de pontes.

Constroem tocas na beira de rios e cursos d’água, são visíveis escorregadores bem molhados. As tocas costumam constituir uma entrada por baixo d’água e outra por cima.

 

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BUGIO, GUARIBA, BARBADO

 

Ordem: Primata

Família: Atelidae

Nome Científico: Alouatta guariba

 

 

Espécie Ameaçada de Extinção

Vive em grupos, o macho mais robusto e ruivo é o comandante do grupo, chamado de “capelão”. Este primata possui pouca atividade, descansam dois terços do dia, alimenta-se de folhas na sua maioria e frutos.

A sua barba oculta o grande volume do osso hióide que se transformou em caixa de ressonância que faz com que sua vocalização (ronco) seja altíssima e possa ser ouvida até 5 km de distância, é sua característica mais marcante. Uma das vocalizações é para indicar aos outros grupos a sua posição - território.

A sua cauda é preênsil, utilizada como uma mão a mais. Sua pelagem é longa (7 cm). Pesam em média 7 kg. A gestação é de aproximadamente 6 meses, nascendo um único filhote.

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PACA

 

Ordem: Rodentia

Família: Agoutidae

Nome Científico: Agouti paca

 

 

Espécie Ameaçada de Extinção

É o segundo maior roedor do Brasil, perdendo, em tamanho, para a capivara. Pesa cerca de 9 kg. Apresenta pêlos curtos pardo-amarronzados, com listras longitudinais brancas, pernas curtas, cabeça grande, orelhas pequenas. Seu olfato e audição são bem desenvolvidos. Alimenta-se de material vegetal mais duro, como tubérculos, brotos e frutos caídos.

Habitam tocas que elas mesmas escavam, com várias saídas, é terrestre, noturna e solitária, às vezes encontrada aos pares. Vivem em áreas cobertas de matas, capoeirões, sempre às margens cursos d’água.

Em tupi, paca significa vigilante, sempre atenta. O fato de esta espécie estar indicada na lista de extinção é conseqüência principal da caça (possui carne saborosa), associada à redução de habitat.

 

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PAVÓ, PAVÃO-DO-MATO

 

Ordem: Passeriformes

Família: Cotingidae

Nome Científico: Pyrodeus scutatus

 

 

Espécie Ameaçada de Extinção

É o maior representante da família. O macho chega a medir 46 cm, é preto com um vermelho na garganta, que vai surgindo aos poucos e completa-se aos 3 anos de idade. A fêmea é menor 39 cm e com o vermelho da garganta pálido. Sua vocalização é comparada a mugidos cavernosos. Às vezes é encontrado grupo de até 10 indivíduos.

São, sobretudo frugívoros, esta espécie prefere frutos nativos geralmente muito nutritivos, disponíveis ao longo do ano todo. Entretanto, esta espécie alimenta-se também de frutos de plantas exóticas introduzidas pelo homem nos jardins e pomares como a amora e a nêspera. Certamente essas e outras plantas trazidas pelo homem foram incorporadas ao regime alimentar de diversas espécies de aves frugívoras. São um dos mais eficientes disseminadores de sementes, essas sementes e frutos engolidos não são prejudicados, são logo regurgitados ou ainda melhor: as sementes que passam pelos intestinos dessas aves brotam rapidamente.

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SAUÁ, SAÁ, GUIGÓ

 

Ordem: Primata

Família: Pitheciidae

Nome Científico: Callicebus nigrifrons

 

 

Espécie Ameaçada de Extinção

O gênero Callicebus, pertencente ao Sauá, em latim significa “macaco lindo”. São animais de médio porte e constituição física primitiva. Pelagem longa e macia, inclusive cabeça e cauda que não é preênsil e sim reta. Rosto, mãos e pés negros; o corpo é amarelado, clareando em direção a cauda. Pesam em média 1 kg.

Sua vocalização é bem potente, mas não tanto quanto o Bugio. Descansam boa parte do dia e alimentam-se 70% de frutos, também de folhas e sementes macias.

São hábeis saltadores, vivem em grupos pequenos. Nasce um único filhote por gestação.

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VEADO-CATINGUEIRO

 

Ordem: Artiodactyla

Família: Cervidae

Nome Científico: Mazama gouazoubira

 

Sua pelagem apresenta coloração marrom-acinzentada. É um cervídeo de pequeno porte, pesa em média 16 kg. A cauda é branca no lado inferior.

Possui hábito solitário e preferencialmente é diurno, mas pode ser encontrado na noite. Nasce apenas um filhote por vez, que apresenta manchas brancas na lateral do corpo. Sua alimentação é de frutos, brotos, folhas tenras.

Seu habitat é de ambientes variando de florestas densas a lugares abertos com pequenas manchas de mata. É muito rápido e quando perseguido pula na água, é um ótimo nadador.

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GUAXINIM, MÃO-PELADA

 

Ordem: Carnívora

Família: Procyonidae

Nome Científico: Procyon candrivorus

 

 

Espécie Provavelmente Ameaçada de Extinção

 

É uma espécie de carnívoro de porte médio, habita as áreas próximas de cursos d’água, banhados, rios, lagos e riachos, onde deixa pegadas semelhantes à mão de uma criança, daí o nome “mão-pelada”, constrói sua toca próxima aos recursos hídricos.

É facilmente identificado pela máscara preta nos olhos com bordas mais claras e pelos vários anéis escuros na cauda. Tem coloração cinza-escuro com tons amarelados. Suas mãos não possuem pêlos. Seu peso é em média de 8 kg.

Tem habito noturno e solitário. A sua dieta alimentar é bem variado, pequenos anfíbios, insetos, moluscos, frutos, peixes, caranguejos de água doce.

Nascem de 2 a 4 filhotes por gestação.

A principal ameaça a esta espécie é a redução de habitat, eliminação de matas ciliares e fragmentação das florestas.

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MAITACA, MARITACA

 

Ordem: Psittaciformes

Família: Psittacidae

Nome Científico: Pionus maximiliani

 

É uma ave robusta, de cauda curta, cabeça verde escura, quase sem azul, bico amarelo de base denegrida, base das asas vermelhas. Mede 27 cm.

Seu vôo é peculiar, levando as asas até abaixo do corpo. Dentro da mata, a curta distância voa sem fazer o menor ruído. Vivem em matas altas, matas ciliares e pinheirais. A melhor defesa que possuem é ficar imóveis e calados.

Procura o seu alimento nas copas das árvores mais altas, em arbustos frutíferos, em palmeiras (atrás dos coquinhos) e imbaúbas. Gostam das sementes e não da polpa das frutas. Trituram os caroços, destruindo as sementes, não contribuindo à dispersão de sementes, como acontece com outras aves. Alimenta-se também de brotos, flores e folhas tenras, inclusive a de coqueiro. Um fato interessante é que esta família repudia o sabor amargo, discernem as mesmas qualidades gustativas que nós, ou seja, salgado, azedo, âmago e doce, sendo o doce mais atrativo.

Gostam de banhar-se na chuva. Na hora de dormir, reúne-se em bandos. Vivem aos casais, ao que se sabe, permanecem unidos por toda a vida.

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CARACARÁ, CARCARÁ

 

Ordem: Falconiformes

Família: Falconidae

Nome Científico: Caracara plancus

 

Espécie grande, atingindo 56 cm de altura e 123 cm de envergadura e muito conhecida. Alvinegra, de face nua e cera amarela ou vermelha, um penacho nucal que dá a forma bem característica da espécie, pernas altas, a asa é longa com nítida área branca.

É onívoro, come tanto animais mortos como vivos e de toda a qualidade; encontra-se freqüentemente nas estradas e queimadas, às vezes em grupo, gosta de lagartixas, cobras, anfíbios e caracóis. Anda pelo chão como uma galinha, pula, esgravata o solo com os pés à procura de amendoim e feijão. Seguem tratores que aram o solo atrás de minhocas.

Habita qualquer região aberta e é encontrado em cidades. Gostam de banhar-se na chuva.

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SUINDARA, CORUJA-DE-IGREJA

 

Ordem: Strigiformes

Família: Tytonidae

Nome Científico: Tyto alba

 

São corujas de estatura delgada e colorido bem claro, mede 37 cm, possui a “cara” comprida e disco facial em forma de coração. Quando perturbadas balançam o corpo lateralmente. Hábitos noturnos. Come pequenos vertebrados, roedores, marsupiais, morcegos, anfíbios, répteis e pequenas aves. Os exames dos restos de pelotas ou bolos alimentares da suindara revelam o alimento que elas tiveram.

Seus ovos são compridos, ovais, branco puro, postos diretamente no substrato ou numa camada de pelotas. A incubação dura de 30 a 34 dias. Prefere nidificar em sótãos de casas velhas, forros e torres de igrejas, pombais e grutas. Adaptou-se rapidamente a novas edificações das cidades.

A suindara embora tenha a metade do peso de um corujão, consome a mesma quantidade de roedores ou até mais. Estão, portanto, entre as aves mais “úteis” do mundo, no que se refere à economia do homem.

As corujas merecem nossa proteção integral, todas elas proporcionam benefícios ao homem pela destruição incessante de insetos e roedores. Temos que combater o preconceito contra essas aves e crendices difamatórias. Tais crendices geram e difundem antipatia a essas criaturas interessantes.

ALMA-DE-GATO

 

Ordem: Cuculiformes

Família: Cuculidae

Nome Científico: Piaya cayana

 

Ave muito vistosa pode lembrar um serelepe quando desliza pelos ramos e às vezes um sagüi quando “pula” para outro galho. Corpo franzino, cauda comprida, graduada com manchas brancas, bico forte e curvo. Tagarelando às vezes imita outras aves.

Anda em casais. É comum entre as aves desta espécie, várias fêmeas usarem o mesmo ninho, mesmo sendo de um outro pássaro. A ninhada consiste de 10 a 20 ovos. Não se sabe se as fêmeas se revezam no choco, mas são muitas as que contribuem na alimentação dos filhotes.Vive na mata e à beira da mata (mais nas copas), cerrado e cerradão. Alimentam-se de gafanhotos, percevejos, aranhas, lagartas, lagartixas e camundongos.

Segundo uma lenda amazônica, a alma-de-gato possui um canto fatídico: quando canta à porta da casa de alguém, este está com os dias contados. Claro que isto não passa de lenda. Aliás, essa ave deve ser protegida, pois é muito útil ao agricultor. O exame de 155 estômagos de almas-de-gato evidenciou que 50% do conteúdo era composto por lagartas que atacam as nossas culturas.

 

Textos: Giselda Person

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